Críticas à Análise do Comportamento Aplicada em Casos de Autismo: Reflexões sobre a Prática e os Desafios

A necessidade de esclarecer e valorizar a prática da ABA diante de críticas e equívocos.
 
Na semana do dia 15, foi entregue um dossiê à Ministra dos Direitos Humanos e da Cidadania, criticando a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) em casos de autismo. No documento, é alegado que práticas semi-manicomiais são utilizadas com crianças e adolescentes diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista (TEA).
 
Como estudante de psicologia e participante da prática da ABA, ao ler o documento, deparamo-nos com diversas afirmações preocupantes que podem prejudicar o tratamento das crianças e das famílias que necessitam dessa terapia especializada. É importante ressaltar que a ABA é uma ciência e uma prática baseada em evidências.
 
Afirmar que a ABA impõe um regime semi-manicomial é desconsiderar toda a inclusão e a individualidade de cada paciente, que possui necessidades, repertórios e objetivos específicos a serem trabalhados.
 
Quando são feitas afirmações equivocadas, corre-se o risco de induzir ao erro pessoas que não possuem conhecimento sobre o assunto, o que pode dificultar a vida de quem depende dessa intervenção, marginalizando ainda mais essa população.
 
É preciso reconhecer que os relatos do dossiê não estão completamente errados, principalmente pela ausência de regulamentação e supervisão adequadas dos profissionais que atuam com ABA. Muitas clínicas possuem supervisores sem o devido conhecimento e treinamento, o que resulta em práticas inadequadas e distantes da ciência da ABA, focadas apenas em lucro.

É de extrema importância que os familiares dos pacientes compreendam a relevância de um serviço de qualidade, com supervisão adequada e treinamentos constantes, para que a prática seja eficaz, baseada em evidências e respeite a individualidade de cada paciente.
 
Aproveitando o tema, gostaria de enfatizar que a Análise do Comportamento Aplicada é uma abordagem baseada nos princípios da teoria comportamental, focada no uso de técnicas e intervenções para aumentar comportamentos positivos e reduzir comportamentos interferentes. Além disso, é utilizada para ensinar novas habilidades, como habilidades sociais, funcionais e de vida independente para crianças e adolescentes.

Dourados, MS, 10 de Outubro de 2024
Redigido por: Leticia Brandão, Marketing.
Com colaboração de: Vagner Valiente, estudante de Psicologia.